Suplementação energética e proteica no crescimento folicular e na taxa de prenhez de vacas Bos indicus lactantes submetidas à IATF em estação de monta de 110 dias
Suplementação; IATF; Bos indicus
Avaliou-se o efeito da suplementação energética e proteica no crescimento folicular (CF) final e na taxa de prenhez (P/IA) de vacas Nelore lactantes submetidas à sincronização da ovulação. As vacas (n=342; 30 a 45 dias pós-parto e ECC de 2,6±0,1) foram distribuídas em 2 grupos experimentais (Controle e Suplemento) 12 dias antes do início do protocolo de IATF. No grupo Controle as vacas não receberam suplementação e no grupo Suplemento receberam 2,5kg suplemento/dia (2kg de milho moído, 400g de farelo de soja e 100g de ureia - 26,5% PB e 76,5% NDT) durante 26 dias (D-12 ao D14) atendendo as exigências de mantença de vacas Bos indicus lactantes. As vacas permaneceram em pastagens de B. humidicola com livre acesso a água e sal mineral e foram realizados rodízios de pastos entre os tratamentos. Doze dias após o início da suplementação (D0), as vacas receberam 2mg de benzoato de estradiol (Sincrodiol®, Ourofino, Brasil) e um dispositivo intravaginal de progesterona (P4; Sincrogest®, Ourofino, Brasil). No D8, o dispositivo foi removido e as vacas receberam 500mg de Cloprostenol (Sincrocio®, Ourofino, Brasil), 300UI de eCG (SincroeCG®, Ourofino, Brasil) e 1mg de cipionato de estradiol (SincroCP®, Ourofino Brasil). No D10 as vacas foram inseminadas. O diagnóstico de gestação foi realizado por ultrassonografia (US) 30 dias após a IATF e as vacas não gestantes foram ressincronizadas. Após a segunda IATF permaneceram com touro até o fim da estação de monta de 110 dias. Em um subgrupo de vacas (n=173) foi realizada US para avaliar o diâmetro (Ø) do folículo dominante (FD) e do CL, crescimento final do FD e ovulação. A análise estatística foi realizada pelo GLIMMIX do SAS. Não houve diferença entre os tratamentos no CF entre D8 e D10 (Controle 1,5±0,1mm/dia e Suplemento 1,6±0,1mm/dia; P=0,80), na taxa de CL na ressincronização [Controle 46,9% (50/106) e Suplemento 57,6% (67/117); P=0,18], P/IA à primeira IATF [Controle 42,6% (72/169) e Suplemento 46,8% (81/173); P=0,29] e P/IA à segunda IATF [Controle 33,0% (29/88) e Suplemento 42,6% (35/82); P=0,19]. O Ø do FD no D0 (Controle 11,3±0,3mm e Suplemento 11,8±0,2mm; P=0,04), no D8 (Controle 9,4±0,2mm e Suplemento 10,2±0,3mm; P=0,01), no D10 (Controle 12,2±0,3mm e Suplemento 13,2±0,2mm; P=0,002), do CL no D14 (Controle 16,0±0,4mm e Suplemento 17,1±0,3mm; P=0,005), a taxa de ovulação [Controle 77,8% (82/106) e Suplemento 91,3% (107/117); P=0,0015] e a taxa de prenhez no final da estação de monta [Controle 77,7% (115/148) e Suplemento 87,8% (129/147); P=0,02] foram maiores nas vacas do grupo Suplemento. Houve tendência de maior manifestação de estro [Controle 70,8% (75/106) e Suplemento 80,3% (94/117); P=0,09] e taxa de prenhez pelo touro [Controle 44,0% (26/59) e Suplemento 61,7% (29/47); P=0,07] nas vacas do grupo Suplemento. Concluiu-se que a suplementação energética e proteica aumentou a fertilidade de vacas Nelore lactantes ao final da estação de monta.