Saberes e práticas sobre dengue na Atenção Primária à Saúde: um estudo qualitativo
Percepção; Aedes sp.; Arboviroses, Saúde Pública, Representações Sociais, Estratégia de Saúde da Família – ESF.
O cenário epidemiológico da dengue no Brasil desafia a saúde pública e atinge cada vez mais brasileiros, fazendo-se presente em todos os Estados do país com a intensa proliferação de seu vetor, Aedes aegypti. Neste contexto pretendeu-se identificar, descrever e analisar saberes e práticas dos diferentes atores sociais, que participam da Atenção Primária à Saúde (APS): Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Combate a Endemias (ACE) e população adscrita em ESF (Estratégia de Saúde da Família) com alta incidência de dengue no município de Lavras, MG. Foi realizada pesquisa descritiva, de caráter exploratório, em uma abordagem qualitativa, nesta linha, buscou-se identificar por representações sociais essa situação problema. Definiu-se como método para a coleta de dados a entrevista aberta aplicada em roda de conversa no Grupo Focal (GF) realizado na área de abrangência das ESF, além de visitas aos locais que representam focos do mosquito nos bairros e análises da legislação municipal. Foram três ESF visitados para se observar a condição de saturação das ideias. As teóricas Bardin e Minayo referenciaram o processo de análise de dados. Para tanto, os resultados apontaram que os saberes e práticas de prevenção à dengue associa-se mais a fatores de responsabilização de setores públicos, do que ao próprio indivíduo. Isso indicou que, para a eficácia do controle da doença, torna-se necessário aperfeiçoamento das medidas de controle vetorial a partir de investimentos tanto em programas de melhorias na infraestrutura urbana, quanto nas ações de informação e educação em saúde que priorizam o comportamento do morador e o controle domiciliar do vetor.