Uso de complexo multienzimático em dietas com DDGS para suínos de crescimento e terminação
Grãos secos de destilaria com solúveis. Complexo multienzimático. Suínos. Digestibilidade. Carcaça. Microbiota.
Os grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS) apresentam até três vezes mais fibras que o milho, o que resulta em menor digestibilidade deste coproduto e consequentemente menor disponibilidade de energia. Portanto, o envolvimento de enzimas exógenas que possam degradar a fibra é benéfico para melhorar a utilização do DDGS. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi avaliar a inclusão de um complexo multienzimático (CM) em dietas à base de milho e farelo de soja, com ou sem inclusão de DDGS. O experimento foi conduzido no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras, sendo utilizados 144 suínos de 38,83 ± 1,59 kg na fase de crescimento e 88 suínos de 89,28 ± 2,78 kg na terminação. O delineamento experimental ocorreu em blocos casualizados com quatro tratamentos, sendo a baia usada como unidade experimental e o peso inicial como fator de bloco. Dessa forma, os tratamentos experimentais foram: 1- inclusão de DDGS e CM (DDCM); 2- inclusão de DDGS (DD); 3- milho e farelo de soja com CM (MSCM); e 4- apenas milho e farelo de soja (MS). Todas as dietas possuíam os mesmos níveis nutricionais. Foram avaliados parâmetros de desempenho, incidência de diarreia, coeficiente de digestibilidade aparente (CDA), coeficiente de digestibilidade ileal de aminoácidos, avaliação de carcaça, microbioma, status redox, concentração de ácidos graxos voláteis (AGV) no ceco e morfometria intestinal. Não foram observadas diferenças para o desempenho dos animais em ambas as fases. O CDA para os animais DD se mostrou pior em relação aos demais, sendo que a inclusão do CM melhorou o CDA de MS, FDN e FDA chegando a igualá-lo aos MS e MSCM para os CDA de PB e EB. A inclusão do CM também melhorou a digestibilidade ileal dos aminoácidos Asp, Glu, Ser, Ter, Ala, Pro, Tir, Val, Iso, Leu, Fen e aminoácidos totais na dieta com DDGS. Espessura de toucinho do grupo MSCM foi menor em comparação com MS e, consequentemente, apresentou maior rendimento de carne magra. Os animais MS apresentaram um incremento de bactérias benéficas. Por outro lado, no grupo DD foi observado um aumento significativo de bactérias patogênicas. Porém, quando comparado os grupos DDCM e DD, os animais suplementados com o CM apresentaram um maior número de Bifidobacterium e redução do gênero Streptococcus. Com relação a biodiversidade entérica, os animais DD apresentaram menor riqueza da biodiversidade. Contudo, quando se adiciona o CM à dieta (DDCM), a biodiversidade aumenta e se aproxima a dos demais tratamentos. Por fim, não houve diferença para morfometria intestinal, status redox e concentração de ácidos graxos voláteis no ceco. Em conclusão, inclusão de até 25% de DDGS com ou sem CM não alterou o desempenho nas fases de crescimento e terminação. Contudo, este coproduto piorou os CDA e a microbiota dos animais, sendo que, a inclusão de CM apresentou uma melhora desses resultados. Por fim, ficou evidente que o uso do CM para dietas MS reduziu a espessura de toucinho e melhorou o rendimento de carne dos animais.