MÉTODOS DE MENSURAÇÃO RADIOGRÁFICA DO AVANÇO DA TUBEROSIDADE TIBIAL NA
TÉCNICA DE TTA-MAQUET: ESTUDO EX-VIVO EM CÃES
Ligamento Cruzado Cranial, Osteotomia Tibial, Articulação do Joelho
A técnica cirúrgica de avanço da tuberosidade tibial (TTA) é utilizada para tratamento da ruptura/deficiência do ligamento cruzado cranial em cães. Nesta técnica realiza-se osteotomia na tuberosidade da tíbia para proporcionar o seu avanço cranial conjuntamente com a inserção do ligamento patelar. Na teoria da TTA, a estabilidade articular é restabelecida quando o ângulo do ligamento patelar (ALP) atinge 90° em relação à inclinação do platô tibial. Foram propostos alguns métodos de mensuração radiográfica no planejamento pré-operatório para execução da técnica de TTA, mas ainda não há consenso científico de qual metodologia é mais eficaz para se calcular o avanço da tuberosidade tibial. O objetivo deste estudo foi avaliar sete métodos de cálculos radiográficos para avanço da tuberosidade tibial e definir quais os mais efetivos para a técnica de TTA-Maquet. Foram selecionados 15 cadáveres de cães adultos, nos quais cada animal teve um dos joelhos radiografado na projeção mediolateral com a articulação angulada em 135º ± 5º. Foram feitas mensurações radiográficas para avanço da tuberosidade tibial por sete métodos diferentes. Os joelhos selecionados foram submetidos à técnica cirúrgica de TTA-Maquet e, em cada articulação, os avanços craniais da tuberosidade tibial foram realizados de acordo com os valores obtidos pelos diferentes métodos. Após a obtenção de cada avanço da tuberosidade tibial, o joelho foi radiografado para mensuração do ALP resultante. Em seguida, a tuberosidade tibial foi progressivamente deslocada para se estabelecer o avanço mínimo necessário para se anular a translação cranial no teste de compressão tibial, e o joelho foi novamente radiografado para mensuração do ALP correspondente. Comparando as medidas do avanço tibial que neutralizaram o teste de compressão tibial com as medidas de avanço tibial calculadas nas radiografias pré-cirúrgicas, os métodos que não apresentaram diferença significativa foram o Eixo de Osteotomia Corrigido (método 4) e o Eixo Tibial Corrigido (método 6). Em relação ao cálculo do ALP, o método pelo Platô Tibial foi o que confirmou a teoria de que a translação cranial da tíbia se anula quando o ALP atinge 90º. O método de mensuração pela Tangente Comum tendeu a subestimar o ALP e a translação cranial da tíbia se anulou quando o ALP atingiu 85º por este método. Conclui-se que os métodos mais indicados para mensuração radiográfica pré-cirúrgica do avanço da tuberosidade tibial na técnica de TTA-Maquet são o Eixo de Osteotomia Corrigido e o Eixo Tibial Corrigido, e a mensuração do ALP pelo método do Platô Tibial é mais fidedigna à teoria proposta pela TTA. Quando o ALP for mensurado pelo método da Tangente Comum, sugere-se que no cálculo do avanço da tuberosidade tibial o ângulo referencial para obtenção do ALP seja de aproximadamente 85º.