Epidemiologia da Leishmaniose Canina em Cães de um Abrigo no Município de Lavras, Minas Gerais
Leishmania spp., Leishmania infantum, zoonose, Lavras, leishmaniose canina, flebotomíneos.
A leishmaniose canina (CanL) é uma doença parasitária e zoonótica grave, que já foi descrita em pelo menos 88 países ao redor do mundo, que tem como agentes aos protozoários do gênero Leishmania e afetam principalmente cães, os quais se tornam reservatórios de leishmaniose visceral humana (LV). Os vetores de Leishmania spp. são artrópodes flebotomíneos dos géneros Phlebotomus e Lutzomyia, os quais transmitem formas infecciosas do parasita de animais infectados para animais não infectados, quando se alimentam de sangue após a mordida; gerando uma doença que apresenta formas clínicas que podem ser tipificadas por seus inúmeros sinais clínicos, incluindo sinais cutâneos e viscerais. L. infantum, o agente etiológico da CanL, é endêmica no Bacia do Mediterrâneo, Oriente Médio, Ásia e América Latina (região na qual é endémica em pelo menos 18 países, com diferentes intensidades). Na América do Sul, o número de cães infectados estima-se em milhões, e há altas taxas de infecção, especialmente no Brasil, onde uma alta prevalência da infecção caninos está associada a um alto risco de doença em humanos. Trabalhos de pesquisa no estado de Minas Gerais tem demostrado prevalência de quase 25%; com tudo, determinar uma prevalência real resulta difícil. Ao ser uma doença zoonótica, trabalhos de pesquisa na cidade de Lavras são necessários para determinar a prevalência em cais, os quais são sentinelas para humanos, por causa de ser hospedeiros naturais de Leishmania spp. Este trabalho teve como objetivo determinar a prevalência e fatores de risco para Leishmania spp. em amostras de sangue de cães de um abrigo no município de Lavras, Minas Gerais. Neste estudo foi realizado um censo epidemiológico nos 324 cães do parque Francisco de Assis, município de Lavras, nos meses de junho e julho de 2019. Foram encontrados 18 animais positivos, que equivale a uma prevalência de 5,55%. Essa baixa prevalência pode estar relacionada as boas práticas de higiene por parte dos funcionários do abrigo, ou pelo fato de ter extraído o DNA de sangue, onde nem sempre permanece o parasita. Não foi achada associação significativa entre as análises dos componentes sanguíneos, a excepção na diminuição de hemácias e hemoglobina, que demostram que viram fator de risco para a presença da doença.