AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE E ATIVIDADES ANTIOXIDANTE E ANTI-INFLAMATÓRIA DOS EXTRATOS AQUOSO, ETANÓLICO E METANÓLICO DE ERYNGIUM FOETIDUM EM EMBRIÕES E LARVAS DE ZEBRAFISH
Apoptose, enzimas antioxidantes, inflamação, Danio rerio
Extratos de plantas são frequentemente uma mistura de vários compostos bioativos, compostos com propriedades químicas e polaridades variáveis, sendo necessário, portanto a utilização de diferentes testes para avaliar a atividade antioxidante de um extrato e principalmente a seleção do método correto. O primeiro trabalho consiste de uma revisão sistemática de métodos in vitro e in vivo para avaliar a atividade antioxidante de extratos vegetais, abordando a frequência de uso de diferentes métodos, modelos animais usados e métodos de extração. Scopus e Science Direct foram pesquisados, resultando em 310 artigos, utilizando palavras-chave (extrato vegetal + antioxidante + in vitro + in vivo), sendo aceitos para análise os artigos publicados no período de janeiro a julho de 2020. De acordo com a revisão, existem 17 métodos in vitro e 13 in vivo, os mais utilizados para as respectivas medidas, DPHH e LPO. Dentre os meios de extração, o metanol é o mais utilizado. Além disso, poucos estudos realizaram testes in vitro e in vivo simultaneamente (25%) e, quando são utilizados testes in vivo (16%), os roedores são os modelos mais utilizados.O segundo trabalho tive como objetivo avaliar o efeito e a concentração de diferentes extratos de E. foetidum no desenvolvimento de embriões de zebrafish (Danio rerio). Para investigar o impacto de extrato aquoso (EA), etanólico (EE) e metanólico (EM), os embriões foram expostos a 0,625; 1,25; 2,5; 5 e 10 mg ml-1 até 120 hpf (horas pós fertilização) para avaliação da toxicidade no desenvolvimento embrionário e posteriormente a 0,039; 0,078; 0,156; 0,312 e 0,625 mg ml-1 para respostas antioxidantes das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa-S-transferase (GST) e apoptose celular. Os resultados mostraram que, dependendo do solvente de extração, das concentrações utilizadas e tempos de exposição, os extratos de E. foetidum ocasionam mortalidade, alteram o tempo de eclosão e promovem diferenças nas atividades enzimáticas. Atrasos no desenvolvimento e aumento da atividade da GST foram encontrados em todos os tratamentos. Não foi observada apoptose em nenhum dos tratamentos. As atividades antioxidantes e anti-inflamatórias dos extratos de E. foetidum foram abordados no terceiro trabalho. Para a determinação da atividade antioxidante, embriões foram expostos ao meio contendo os extratos (0; 0,039; 0,078; 0,156; 0,312 e 0,625 mg ml-1) acrescido com peróxido de hidrogênio (H2O2) sendo posteriormente medidas as enzimas SOD, CAT e GST e a apoptose celular. A atividade anti-inflamatória foi analisada através do número de neutrófilos migrados para local da ferida na nadadeira caudal nas larvas de zebrafish após tratamento com os extratos. Larvas de zebrafish expostas à H2O2, apresentaram atividades elevadas das enzimas SOD e CAT. Entretanto, reduções significativas ocorreram na atividade destas enzimas, quando as larvas eram expostas aos extratos. Para a enzima GST, foi verificada um aumento em sua atividade para as larvas expostas a EA e EM. A apoptose induzida por H2O2 foi reduzida pelos extratos de maneira dependente da concentração. Em relação a atividade anti-inflamatória, uma redução no número de neutrófilos migrados para a região lesionada da cauda foi verificada em larvas tratadas com o extrato etanólico.