EFEITOS DA INGESTÃO DE PREBIÓTICOS SOBRE A GLICEMIA E CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE COLESTEROL EM CÃES OBESOS E EUTRÓFICOS: REVISÃO SISTEMÁTICA
Fibra Dietética, Medicina Veterinária Baseada em Evidência, Nutrição Animal.
A obesidade é um problema frequente em cães e o sedentarismo e a baixa estimulação são alguns dos fatores que podem favorecer tal condição. Aliadas a isso, há as desordens metabólicas que são relativamente comuns em cães. A utilização de aditivos é amplamente divulgada no mercado pet, porém a determinação do nível de evidência de sua efetividade ainda é incerta. Assim, o presente estudo teve como objetivo a avaliação dos efeitos da ingestão de prebióticos sobre a glicemia e as concentrações séricas de colesterol de cães por meio de uma revisão sistemática da literatura. A estratégia population, intervention, comparison, outcome, study design (PICOS) foi empregada, investigando cães saudáveis e obesos (População), submetidos à administração oral de prebióticos (Intervenção) em comparação com animais que receberam placebo (Comparação), avaliando as alterações de níveis de colesterol plasmático e glicemia (Resultado) em delineamentos crossover ou ensaios clínicos randomizados (desenho do estudo). Dois revisores independentes pesquisaram cinco bases de dados (PubMed, EMBASE, Web of Science, Scopus, Cochrane) e literatura cinzenta (Google Scholar e Opengrey) até julho de 2022. O risco de viés foi determinado utilizando o protocolo SYRCLE (Systematic Review Center for Laboratory animal Experimentation). A pesquisa inicial retornou 2.235 artigos. Destes, 21 artigos foram selecionados para avaliação do texto completo, porém apenas 8 permaneceram com base nos critérios de elegibilidade pré-estabelecidos. A ingestão de prebióticos reduziu significativamente o colesterol sérico em cães (57%), especialmente em animais não obesos (75%). A glicemia, entretanto, não foi afetada (71%), (análise qualitativa). O risco de viés dos estudos foi considerado baixo, porém a maioria deles não forneceu informações claras sobre cegamento. Concluiu-se que a ingestão de fibras alimentares afetou o colesterol plasmático de cães porém com poucos efeitos sobre o índice glicêmico dos animais.