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Banca de QUALIFICAÇÃO: DANIELLE DOS SANTOS CINELLI PINTO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: DANIELLE DOS SANTOS CINELLI PINTO
DATA: 09/12/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Ambiente Virtual
TÍTULO:

Avaliação da estabilidade ruminal de diferentes extratos de betaglucana para subsidiar seu uso como imunofármaco.


PALAVRAS-CHAVES:

Biodisponibilidade; biopolímero; imunofármaco; bovino


PÁGINAS: 40
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Medicina Veterinária
SUBÁREA: Clínica e Cirurgia Animal
ESPECIALIDADE: Farmacologia e Terapêutica Animal
RESUMO:

Estima-se que, em 2050, a resistência antimicrobiana será responsável por provocar 10 milhões de mortes anuais, com uma supressão econômica de cerca de 1 trilhão de dólares. Além disso, estudos mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) anual global pode diminuir em até 1%. Tal condição é fruto do uso inapropriado e excessivo de antibióticos, tanto em humanos quanto em animais. A utilização errônea deste grupo de fármacos é a principal responsável pela seleção de bactérias patogênicas multirresistentes. Tais estimativas despertam, simultaneamente, preocupações tanto no âmbito governamental quanto nos consumidores finais de proteínas de origem animal. Na bovinocultura, uma das alternativas recentes mais promissoras ao tratamento clássico com antibióticos é o uso de imunomoduladores em momentos críticos de elevados desafios sanitários, no intuito de melhorar as defesas imunológicas do hospedeiro contra patógenos, haja vista que o aumento do status imune de rebanhos promove redução do uso de antibióticos. De uma forma geral, esta estratégia terapêutica pode dificultar a dispersão patógenos, aumentar a resiliência contra as infecções e reduzir a necessidade de uso terapêutico e profilático de antibióticos. Betaglucanas são biopolímeros com atividade imunomoduladora em animais superiores, sendo então classificadas como imunofármacos. Especificamente, as betaglucanas fúngicas, constituídas por cadeias lineares β (1→3) com ramificações curtas do tipo β (1→6), apresentam elevada capacidade de estimular o sistema imune quando comparadas com outras fontes de betaglucana. Esta atividade biológica tem sido relacionada sua conformação espacial, massa molecular e intensidade de ramificação da cadeia polimérica. Com isso, pode-se considerar que as betaglucanas extraídas de Saccharomyces cerevisiae, possuem elevada atividade sobre o sistema imune por apresentarem alto peso molecular e grande intensidade de ligações β(1,3), o que favorece sua ligação aos receptores TLR-2, dectin-1, CR3 e, lactosilceramida de células do sistema imune. Na literatura científica, o efeito imunofarmacológico da betaglucana para monogástricos é bastante consolidado, o que não ocorre para ruminantes. Em parte, isso ocorre em virtude de resultados científicos antagônicos, nos quais alguns identificam efeitos positivos do biopolímero sobre o sistema imune, enquanto outros não identificam atividade biológica significante. Considerando tanto estas diferenças de resposta biológica, quanto às peculiaridades anatomofisiológica do sistema digestivo destes dois grupos de animais, foi hipotetizado que a betaglucana pode sofrer alguma biotransformação no rúmen de bovinos, após sua administração oral. Isto poderia impactar na biodisponibilidade do fármaco para os segmentos posteriores do sistema digestivo. Diante do exposto, o presente projeto tem por objetivo avaliar a estabilidade ruminal de quatro extratos de betaglucana extraídos de uma mesma estirpe de S.cerevisiae, com variações no meio de cultura e no processo de extração. Para tanto, as diferentes extratos de betaglucana foram incubados no rúmen de dois bovinos fistulados (in situ) durante 72 horas, com amostras sendo retiradas para análise nos tempos 6 h, 12 h, 24 h, 48 h e 72 h. Foi avaliada a perda de massa e as modificações químicas da cadeia polimérica por técnicas de espectroscopia Raman, Infravermelho e Ressonância Magnética Nuclear. Os resultados preliminares indicam que a velocidade de perda de massa variou para todos os extratos de betaglucana e que esse processo provavelmente ocorreu após clivagem da cadeia polimérica, tanto nas ligações β (1→3) quanto β (1→6), com provável perda de peso molecular e intensidade de ramificação da cadeia polimérica. Até o momento, os achados encontrados nos permite inferir que a passagem da betaglucana pelo rúmen pode promover intensidade de modificações químicas diferentes em extratos de betaglucana de S.cerevisiae obtidos por processo de cultivo e extração distintos. Tal condição apresenta potencial tanto para impactar na biodisponibilidade quanto na atividade biológica da betaglucana administrada oralmente para bovinos.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - BRUNO CAMPOS DE CARVALHO - EMBRAPA (Suplente)
Externo à Instituição - MARCELO DO PORTO BEMQUERER - EMBRAPA (Membro)
Externo à Instituição - NELSON LUIS GONCALVES DIAS DE SOUZA - UFT (Membro)
Interno - MARCOS FERRANTE (Suplente)
Presidente - HUMBERTO DE MELLO BRANDAO - EMBRAPA (Membro)
Notícia cadastrada em: 25/11/2022 11:01
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