Ação da chalcona C15H12O em carrapatos Rhipicephalus microplus (Acari: Ixodidae).
Reprodução; acaricida; carrapato-do-boi; controle.
Rhipicephalus microplus é um ectoparasito de importância médico-veterinária, uma vez que é transmissor de diversos patógenos, especialmente para os bovinos. Devido a isso, milhões de dólares são gastos anualmente na pecuária. Ao longo dos anos, os carrapatos adquiriram resistência aos produtos químicos sintéticos já usados para o controle. Além disso, esses produtos podem ser tóxicos para os animais que os recebem e para quem os aplica. Assim, urge a necessidade de identificação de novas substâncias que sejam eficazes e causem menos efeitos adversos. As chalconas são conhecidas por seus diversos efeitos biológicos, como seu efeito inseticida em artrópodes. Por este motivo, no presente estudo, foram avaliados os efeitos da chalcona de fórmula molecular C15H12O no desempenho reprodutivo do carrapato-do-boi.Para isso, o produto foi diluído em diferentes concentrações em solução aquosa de dimetilsulfóxido (DMSO). Fêmeas de carrapatos R. microplus foram previamente pesadas (PF) e, posteriormente, imersas nas soluções-teste por cinco minutos. Em seguida, os animais foram secos com papel toalha e fixados dorso-ventralmente em placas de Petri, totalizando 8 grupos de tratamento com a chalcona. Para o experimento, foram utilizados dois grupos controle (água e DMSO). Os carrapatos foram monitorados diariamente e os seus ovos foram coletados, pesados (PM) e incubados a 27°C em estufa BOD. A taxa de eclosão das larvas (TE) foi estimada visualmente e os períodos de pré-oviposição (PPO) e de incubação dos ovos (PI) foram determinados. A partir destes dados, foi calculado o índice de produção de ovos (IPO), a taxa de fecundidade (TF) e a taxa de reprodução estimada (RE). Os dados foram comparados entre si por meio do teste ANOVA one way, seguido do teste de Tukey. A média do PPO nos indivíduos do grupo controle 1 foi de 10,3 dias, enquanto no tratamento com maior concentração (T8) foi de 13,9 dias. Houve diferença estatística entre os grupos controle 1 e 2 e os tratamentos T6, T7 e T8. Também houve diferença significativa entre C2 e T5. Já em relação ao PI não foi observada nenhuma diferença estatística (p>0,05), tendo sido observada média de 21,3 dias para eclosão no grupo C1. Não foram observadas diferenças estatísticas no peso das fêmeas, no peso massa de ovos e no IPO. Com relação à taxa de eclosão das larvas, ambos os grupos controle diferiram estatisticamente do grupo T1, de maior concentração (1,6mg/mL), que apresentou eclosão significativamente menor. Além disso, houve diferença entre o grupo T1 e os tratamentos T4 e T6. Já em relação à taxa de fecundidade, os grupos que diferiram estatisticamente foram os grupos C1 e T6; C2 e T6; além do T2 e T6.