Doenças parasitárias e fúngicas neurotrópicas diagnosticadas em animais de companhia com importância em saúde única
Feo-hifomicose, meninoencefalite fúngica e parasitária, neurocistecercose.
Doenças parasitárias e fúngicas neurotrópicas que apresentam importância em Saúde Única, com poucas exceções, são raras ou pouco diagnosticadas em animais. Este estudo tem por objetivo determinar a casuística e os aspectos patológicos das doenças parasitárias e fúngicas do sistema nervoso central de animais de companhia diagnosticadas no Setor de Patologia Veterinária (SPV) da Universidade Federal de Lavras (UFLA). As amostras utilizadas neste estudo são provenientes de um estudo de 17 anos (2005-2022) de casos diagnosticados na rotina de diagnóstico em Patologia. Além da casuística foram levantados dados sobre espécie afetada, sexo, idade, manifestações clínicas, comorbidades e localização das lesões. O diagnóstico foi baseado nas lesões macroscópicas e microscópicas, na utilização de técnicas histoquímicas, imuno-histoquímicas, de microscopia eletrônica e PCR, além de dissecação e avaliação morfológica do parasito, quando possível. No período foram acometidos 34 animais por essas enfermidades, com diagnóstico de neurocisticercose em um cão, 17 casos de toxoplasmose (16 em caninos e um felino), 13 casos de criptococose (dois gerbis, um porquinho da Índia, quatro gatos e seis cães) e dois casos de feo-hifomicose em caninos. Como diagnóstico diferencial e de menor importância em saúde única foi diagnosticado um caso de neosporose em cão. Os resultados demonstram a ocorrência tanto de doenças negligenciadas como a neurocisticercose, como a ocorrência da criptococose em várias espécies, reforçando a importância do diagnóstico e da vigilância constante destas enfermidades, além da adoção de medidas sanitárias, uma vez que humanos e animais compartilham do mesmo ambiente.