INFLUÊNCIA DA OZONIOTERAPIA INTRAUTERINA NA VASCULARIZAÇÃO SANGUÍNEA E NA EXPRESSÃO GÊNICA DE CITOCINAS ENDOMETRIAIS EM BOVINOS DE CORTE
Ambiente uterino, Endometrite, Ozônio, Reprodução, Ultrassonografia Doppler.
O desempenho reprodutivo de fêmeas bovinas pode ser afetado por diversas afecções que causam inflamação no tecido endometrial e comprometimento da saúde uterina. Este estudo propõe implementar a terapia intrauterina com solução ozonizada com objetivo de acelerar a recuperação do tecido endometrial e do ambiente uterino, visando reestabelecer a função reprodutiva da fêmea. Analisando alterações locais relacionadas a vascularização uterina, regulação da expressão gênica de citocinas que controlam o processo inflamatório local (IL-1α, IL-1β, TNF-α, IL-1RA, IL-6, IL-10) e a contagem de células polimorfonucleares (PMN) endometriais. Os animais foram incluídos em modelo experimental crossover, separados em grupo controle (recebeu uma infusão uterina com solução fisiológica) e grupo tratamento (recebeu uma infusão uterina com solução fisiológica ozonizada). Após sincronização do ciclo reprodutivo, se iniciou a de coleta de amostras considerando o horário da infusão uterina (0h). Foram realizadas avaliações do escore de descarga vaginal (EDV) e citologias endometriais para contagem de neutrófilos polimorfonucleares (PMN) e análise de expressão de citocinas no início e fim de cada período experimental (0h e 72h). Também foram feitas coletas de amostras de sangue para dosagem de progesterona (0h, 24h e 72h) e avaliações ultrassonográficas modo-Doppler para verificação de vascularização uterina (0h, 02h, 04h, 24h e 72h). Após o término do primeiro período experimental, as fêmeas foram sincronizadas e ressubmetidas ao protocolo de coletas, invertendo o tratamento recebido. A análise da concentração de PMN acessada por meio da citologia endometrial demonstrou que não ocorreram alterações relacionadas ao ambiente uterino, as fêmeas se mantiveram ausentes de endometrite subclínica durante o período experimental. Considerando os exames ultrassonográficos em modo-doppler, os animais do grupo tratamento apresentaram aumento significativo na vascularização uterina às 2h e 24h após a infusão, em comparação aos animais do grupo controle. Portanto, foram verificados efeitos favoráveis na vascularização uterina, considerando o aumento do potencial angiogênico do ozônio no organismo. E não foram demonstrados efeitos colaterais na utilização da ozonioterapia intrauterina em bovinos. Espera-se que os resultados dessa pesquisa auxiliem na implementação da ozonioterapia na medicina veterinária, contribuindo com o avanço da clínica médica de grandes animais, controle de doenças e redução no uso indiscriminado de antibióticos na produção animal.