ASPECTOS RADIOGRÁFICOS, OCORRÊNCIA E CORRELAÇÕES DA DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA DO TARSO EM POTROS MANGALARGA MARCHADOR
Radiologia, ortopedia Equina, osteoartrite, doenças ortopédicas do desenvolvimento.
Lesões ortopédicas são comuns em cavalos de esporte, podendo levar a queda de performance ou incapacidade de realização de atividades atléticas. A raça Mangalarga Marchador, uma das principais raças nacionais, apresenta um número significativo de animais e muitos desses destinados as competições. Na rotina de atendimentos lesões ortopédicas são relativamente comuns nessa raça, por esse motivo se justifica uma melhor avaliação da ocorrência e frequência de lesões radiográficas na doença articular degenerativa no tarso de potros da raça Mangalarga Marchador. O objetivo é identificar, descrever e classificar a doença articular degenerativa por meio de exame radiográfico correlacionando com o grau de claudicação, além de buscar entender se há diferença significativa na ocorrência da doença entre potros com e sem sobrepeso, em treinamento ou não, correlacionando com dados sobre a alimentação desses animais, principalmente com o uso de silagem de milho. Foram incluídos na pesquisa potros da raça Mangalarga Marchador, com idade de 18 meses até 36 meses, de diferentes haras, propriedades, centros de treinamento, exposições, do Sul de Minas Gerais, especificamente de Varginha e cidades do entorno, avaliados por meio do exame clínico e radiográfico. O exame radiográfico do tarso dos potros é realizado com uso de equipamento radiográfico portátil com aquisição de imagens por sistema digital direto. Foram obtidas imagens em projeções lateromedial, dorsoplantar, dorsolateral-plantaromedial oblíqua e dorsomedial plantarolateral oblíqua. As radiografias serão avaliadas pelo menos duas vezes e por pelos menos dois avaliadores com graus semelhantes de experiência, que não deverão saber sobre o histórico do animal que estão avaliando. A classificação das lesões feita de acordo com escores proposto por Maranhão et al. (2006). Todos os animais incluídos no estudo são avaliados clinicamente quanto aos sinais de dor, efusão articular e claudicação. O exame físico ortopédico é realizado com a observação dos animais ao passo e na marcha, realização de testes de flexão das articulações do tarso e classificação do grau de claudicação de acordo com AAEP. Além disso, dados de escore de condição corporal, assim como dados da anamnese relativo à idade de início de treinamento estão sendo coletados. São também coletados outros dados referentes ao sistema de manejo, tipo de alimentação, problemas prévios, entre outros, que serão usados para correlações com os achados e ocorrência da doença.
Foram avaliados 175 animais até o presente momento, sendo 62 machos e 113 fêmeas. Os animais foram divididos em grupos de acordo com a idade (18, 24, 30 e 36 meses).
Dos animais avaliados, 135 apresentam lesões compatíveis com osteoartrite társica juvenil (77,1%), sendo 83 animais com lesão nos dois jarretes, 52 em apenas um dos membros e apenas 40 sem nenhuma lesão.