Uso do ozônio no modelo de retinopatia diabética em zebrafish (Danio rerio)
Morfometria, Estresse oxidativo, Olhos, Ozônio, Modelo animal
Considerada atualmente como uma das principais complicações oculares de pacientes diabéticos, a retinopatia diabética (RD) ainda se apresenta como uma enfermidade que necessita de estudos para sua melhor compreensão, sendo possível a partir de modelos animais existentes como o Danio rerio (zebrafish), além de possíveis abordagens terapêuticas, como o ozônio (O 3 ). O objetivo geral deste estudo é avaliar se o modelo hiperglicêmico de RD em zebrafish pode ser utilizado para estudar os efeitos do ozônio. Foram utilizados 570 zebrafish adultos em dois ensaios experimentais acerca do efeito do O 3 sobre o tecido retiniano e branquial em animais sadios, e no tecido retiniano de animais induzidos para a doença, nas concentrações de 0,052 e 0,072 mg/L uma e duas vezes ao dia a cada 48 horas durante 15 dias, e avaliados quando ao potencial de oxirredução (ORP), morfometria, estresse oxidativo, glicemia sanguínea e proteínas glicadas. Por meio do ensaio 1, no tecido hígido, o O3 nas concentrações utilizadas não desencadeou alterações morfométricas no tecido retiniano e branquial (p> 0,05), além disso, observou-se a partir do aumento significativo (p<0,05) das espécies reativas de oxigênio (EROs) e da enzima superóxido dismutase (SOD) que houve o desenvolvimento de um estresse oxidativo, entretanto, associado aos achados morfométricos o mesmo pode ser caracterizado como agudo e controlado, sem efeitos deletérios aos tecidos estudados, possibilitando assim o estudo do composto no segundo ensaio. Por meio do ensaio 2, no tecido induzido para a RD, observou-se inicialmente por meio do aumento significativo (p< 0,05) das EROs, SOD e catalase (CAT) que o modelo zebrafish também desenvolve um quadro de estresse oxidativo, além disso, quando tratados com o O 3 , observou-se que houve melhores resultados morfométricos e acerca do estresse oxidativo, não apresentando diferenças significativas com o grupo controle negativo (CN) que permaneceu apenas em água (p> 0,05) e inclusive com valores da EROs, SOD e CAT significativamente maiores do que animais do grupo controle positivo (CP) que foram apenas induzidos para a doença (p< 0,05), com exceção do grupo testado com a dosagem de 0,072 mg/L duas vezes ao dia (T4), que apresentou resultados semelhantes ao CP e estatisticamente diferentes do CN, indicando, dessa forma, que essa dosagem em animais doentes passa do limiar de efeitos benéficos e acarreta em efeitos tóxicos.