ALTERAÇÃO NA PERFUSÃO SANGUÍNEA ENDOMETRIAL PROMOVIDA PELA OZONIOTERAPIA INTRAUTERINA EM BOVINOS HÍGIDOS
Ozônio, Ultrassonografia doppler, Vascularização uterina.
Este estudo propõe avaliar alterações no potencial angiogênico uterino promovidas pela ozonioterapia intrauterina em bovinos hígidos, verificando a segurança e viabilidade da utilização desta alternativa terapêutica, por meio da avaliação da vascularização uterina e contagem de células polimorfonucleares (PMN) endometriais. Foi realizada sincronização do ciclo reprodutivo em todos os animais (D-7 a D0), com aplicação de benzoato de estradiol (D-7) e progesterona e cloprostenol sódico (D-5). Após cinco dias, iniciou-se a coleta de amostras (D0), considerando o horário da infusão uterina (0h). Os animais foram incluídos em modelo experimental crossover, separados em grupo controle (infusão uterina com solução fisiológica) e grupo tratamento (infusão uterina com solução fisiológica ozonizada, concentração de 50µg/mL). Avaliação do escore de descarga vaginal (EDV) e citologia endometrial para contagem de PMN foram efetuadas no início e fim de cada período experimental (0h e 72h). Foram realizadas avaliações ultrassonográficas modo-doppler para verificação de vascularização uterina (0h, 02h, 04h, 24h e 72h). Após o término do primeiro período experimental, as fêmeas foram sincronizadas e ressubmetidas ao protocolo de coletas, invertendo o tratamento recebido. Os animais se mantiveram ausentes de endometrite subclínica durante o período experimental, não houve interação grupo x hora (P=0,07) na concentração de PMN. Analisando a caracterização de EDV, não houve diferença na distribuição de frequência dos animais em cada escore (1-5), entre os grupos (tratamento ou controle) em 0h (P=0,20) e às 72h (P=0,70). Considerando a ultrassonografia doppler, foi observado aumento transitório na avaliação de vascularização uterina no grupo tratado, realizada às 0h e 2h, se mantendo elevada até 4h após o tratamento (P<0,04). E promovendo maior vascularização uterina dos animais do grupo tratamento às 2h (P<0,02) e às 24h (P<0,03). Também houve efeito de grupo (P<0,04), em que o grupo tratamento apresentou maior vascularização uterina ao longo das horas após a infusão. Estes achados podem ser explicados pelo maior aporte de sangue causado pelo potencial de estressor terapêutico local e vasodilatador do ozônio em doses reduzidas. Não foram demonstrados efeitos colaterais que prejudiquem a segurança e aplicabilidade desta terapia em bovinos. Contribuindo com a implementação da ozonioterapia na clínica médica de grandes animais e redução no uso indiscriminado de antibióticos na produção animal.