Encapsulação de extrato de beterraba por gelificação iônica utilizando emulsões múltiplas
Microencapsulação. Alginato. Liberação controlada. Betalaínas.
A tendência atual pela busca de uma alimentação que atenda aos requisitos nutricionais básicos, além de oferecer conjuntamente benefícios adicionais aos consumidores como a promoção da saúde e prevenção de doenças cresceu significativamente. A beterraba (Beta vulgaris L.) é uma hortaliça de raiz tuberosa pertencente à família das Quenopodiáceas (Chenopodiaceae), é uma das principais hortaliças cultivadas no Brasil, além de possuir quantidades consideráveis de betalaínas, que reconhecidamente apresenta atividade funcional. Diversos estudos comprovam a efetividade das micropartículas de géis para a encapsulação, proteção e liberação controlada de compostos bioativos. Além disso, uso combinado de emulsões múltiplas, também chamadas de emulsões duplas, contribui para melhorias no processo de encapsulação. Este trabalho tem como objeto empregar a gelificação iônica como método de microencapsulação visando a carreamento e a proteção das betalaínas presentes no extrato de beterraba. Foram testadas, inicialmente, diferentes formulações de emulsões, sendo escolhida para a continuação do trabalho aquela considerada mais estável e com maior teor de extrato. As emulsões A, B e C apresentaram formato esférico regular e uniforme. . Produziram-se as microesferas com as seguintes proporções de emulsão:solução de alginato: 20:80 (X1), 30:70 (X2) e 50:50 (X3). A eficiência de encapsulação obtida foi de 46,76%, 78,70% e 90,90%, respectivamente. Avaliou-se o perfil de liberação das betalaínas encapsuladas ao longo do tempo em diferentes meios (pH=4, pH=10, etanol, ácido clorídrico), verificando diferença entre os tratamentos e sendo observado maior liberação quando exposto a meios mais ácidos. Foi avaliada, durante 30 dias, a estabilidade a 25 oC. Pode-se observar uma redução na estabilidade de 94,8% (X1), 91,3% (X2) e 94,3% (X3). Pode-se concluir que foi possível realizar a encapsulação de betalaína do extrato de beterraba. Entre as amostras, o tratamento X2 apresentou melhores resultados morfológicos, com formato regular e uniformidade. No estudo da estabilidade verificou-se perda considerável de betalaínas ao longo do tempo, sendo necessárias outras estratégias para a manutenção de teores mais elevados de betalaínas ao longo do tempo. A microencapsulação utilizando alginato, combinada com o uso de emulsões múltiplas, pode ser considerada uma estratégia efetiva na encapsulação de componentes bioativos hidrofílicos.